
Era uma vez um elefante de circo que se exibia por cidades e povoados de vários países. Um dia, chegou a uma pequena comunidade onde nunca haviam visto um animal semelhante. Alojaram o elefante em um estábulo fechado, enquanto anunciavam sua chegada ao povo do lugar.
Quatro curiosos, ao saberem da existência daquela maravilha, decidiram vê-lo antes dos demais e invadiram o estábulo. Mas como não havia luz, sua investigação teve que se realizar aos toques. Assim, no meio da escuridão, um deles tocou a tromba, o segundo a orelha, o terceiro a pata e o quarto o rabo.
Logo, muito entusiasmados, foram contar às pessoas do povoado o que haviam averiguado.
O que havia tocado a tromba disse:
– É… Como uma espécie de mangueira.
O que se detivera na orelha afirmou:
– Um elefante é como um leque.O que apalpou a pata retrucou:
– Um leque? Eu o examinei, e é uma coluna viva.
Por último, o que havia tateado o rabo concluiu:
– Vocês todos estão enganados, um elefante é uma corda.
Nenhum deles pôde ter ideia do que era um elefante. Por outro lado, só podiam falar da parte que haviam tocado, fazendo referência a objetos que conheciam.
O resultado foi uma confusão total. Cada um queria ter a razão, e ao final ninguém pôde saber o que era que tinham averiguado.
* Este conto já foi publicado em diversas edições e coletâneas de contos. Tal como está aqui, encontra-se no livro O Guerreiro Invisível e outros contos do Tempo, da Oficina Escola de Arte Granada, publicado pela Editora Jaguatirica.